Transformando Crises em Oportunidades: Um Aprendizado Pós Impacto

Estamos enfrentando uma situação inédita que afetou tanto pessoas quanto empresas e seus líderes. Segundo a FIERGS, cerca de 47 mil empresas foram impactadas. Nunca havíamos vivenciado algo dessa magnitude. Apesar da tristeza e das dificuldades, ficou evidente a força do povo e dos empresários, que, além de cuidar de suas próprias vidas e famílias, precisaram também cuidar de suas empresas e dos seus funcionários. Isso revela a grande responsabilidade e a necessidade urgente de ações vitais.

A complexidade da situação atual não deve ser subestimada, pois envolve uma rede de fatores econômicos, sociais e ambientais que interagem de maneiras imprevisíveis. Os acontecimentos dos últimos anos deixam claro que mudanças rápidas e, por vezes, abruptas serão cada vez mais comuns em nossas vidas.

Hora de Pensar na Retomada

Quando falamos em retomada, não estamos nos referindo a voltar ao estado anterior. Nada será como antes, o que pode ser positivo se aproveitarmos as lições aprendidas para nos reinventar e nos fortalecer. Precisamos olhar para o cenário com atenção, mas sem a emoção que dominou as ações iniciais, onde reagir rapidamente era crucial. Devemos, sobretudo, olhar para dentro. Isso exige estratégia, análise e a adição de expertises. As empresas são organismos vivos que reagem às intervenções, e decisões precipitadas podem prejudicar a retomada.

Como Lidar

Uma situação inédita requer soluções novas ou, pelo menos, um novo conjunto de abordagens. Não há uma receita mágica ou única para todas as empresas. Cada uma tem suas particularidades que devem ser consideradas. O primeiro passo é realizar análises e diagnósticos para entender o funcionamento atual. Podemos começar por:

  1. Avaliação Financeira – Perdas e Danos
  1. Organizar o fluxo de caixa
  2. Gerir a liquidez
  3. Negociar prazos de pagamento
  4. Avaliar linhas de crédito e financiamentos
  5. Gerenciar o inventário
  6. Reduzir custos e investimentos
  7. Gerir a mão de obra
  8. Planejamento de Curto Prazo
  1. Criar um plano de ação flexível que se adapte às necessidades imediatas
  2. Reconstruir as empresas de forma a torná-las mais preparadas para futuras adversidades
  3. Reavaliar Modelos de Negócio
  1. Revisar e adaptar os modelos de negócio para torná-los mais flexíveis
  2. Explorar novas oportunidades de mercado surgidas com a crise
  3. Identificar áreas que possam ser modificadas para gerar novas vantagens competitivas
  4. Estabelecer Parcerias Estratégicas
  5. Colaborar com outras empresas, fornecedores e até concorrentes para compartilhar recursos, reduzir custos e enfrentar desafios
  6. Focar nas Competências Essenciais
  7. Identificar as competências fundamentais da empresa e construir a partir delas
  8. Criar Cenários e Identificar Recursos
  9. Utilizar os pontos fortes da empresa para criar cenários de curto prazo
  10. Implementar Indicadores de Eficácia
  11. Utilizar ferramentas para medir os resultados e ajustar as estratégias conforme necessário
  12. Gestão de Processos e Pessoas
  1. Redesenhar processos considerando possíveis mudanças no quadro de funcionários
  2. Recriar o time com foco em competências e habilidades necessárias para enfrentar novos desafios
  3. Criar um ambiente de segurança psicológica para as equipes
  4. Incentivar o intraempreendedorismo para maior autonomia e eficiência

Desenvolver Times e Lideranças

Os líderes têm o papel crucial de apoiar, orientar e ser uma bússola para a equipe. É essencial investir em uma liderança engajada, focada tanto nos resultados quanto nas pessoas, criando ambientes de confiança e transparência. Utilizar as lições aprendidas para criar negócios mais robustos e inovadores é fundamental.

Talvez seja hora de pensar num modelo cooperativo, onde cada um assume um processo de forma integral. Num primeiro momento, é crucial definir prioridades e traçar planos para reerguer o negócio. No entanto, é indispensável reavaliar e repensar diversos aspectos. Segundo Nassim Nicholas Taleb, nossa incapacidade de entender plenamente os fenômenos humanos e naturais nos expõe a riscos de eventos inesperados, mas também nos dá a oportunidade de nos tornarmos antifrágeis.

A liderança aplicada é fundamental para que a equipe seja realinhada. O momento faz a seleção natural de líderes e o que é melhor para o negócio, trazendo à tona a máxima: liderança é atitude e não um cargo. Tudo é urgente, e precisa ser reorganizado, prioridade é a palavra-chave deste momento, e saber priorizar será um aprendizado.

Acreditamos que as pessoas são quem geram negócios, e aproveitar o potencial disponível que cada uma pode oferecer, mesmo que em frentes ainda não oportunizadas, trará resultados efetivos e permanentes, crescimento e até direcionadores que ainda não haviam sido pensados.

Janaína Ramos e Jaqueline Sosinho

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *